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Por que algumas pessoas sentem enjoo ao jogar ou ao usar o celular em movimento?

Você já pegou um ônibus ou uma carona, decidiu checar as redes sociais e, de repente, começou a sentir aquela sensação horrível de enjoo? Ou quem sabe até mesmo jogando um vídeogame que exije concentração e constante movimento? Se sim, você não está sozinho!



Esse desconforto, que muita gente já sentiu, tem nome: cinetose, ou, mais popularmente, enjoo de movimento.

Algumas pessoas acabam recorrendo a remédios para conseguir viajar, evitam andar de montanha-russa ou deixam os jogos eletrônicos de lado.

Mas afinal, por que isso acontece?

Imagine que o seu corpo é como um sistema integrado de sensores. Ele tem várias formas de te dizer como você está posicionado no espaço. Entre os principais sensores, temos os olhos (que te mostram o que está ao redor), o sistema vestibular no ouvido interno (que detecta o movimento e o equilíbrio) e os receptores proprioceptivos nos músculos e articulações (que te dão a sensação de posição e movimento do corpo).

Quando você está em movimento, seja em um ônibus, carro, barco, ou criando essa simulação de movimentação em um jogo de mundo aberto com cenários em constante movimento, esses sistemas trabalham em conjunto para te manter orientado.
No entanto, quando você decide focar na telinha, as coisas começam a se complicar.

O problema surge porque seus olhos estão fixos em uma tela imóvel (dando a impressão de que você não está se movendo), enquanto seu ouvido interno e os receptores proprioceptivos estão detectando o movimento do veículo (ou estático, no caso dos jogos, como se invertesse a cinetose em veículos)

Esse conflito sensorial manda sinais confusos para o cérebro, que não sabe se você está parado ou se está se movendo. O resultado? Um desconforto que vai desde um leve mal-estar até aquela vontade incontrolável de vomitar.

O que acontece no seu cérebro?

Para entender melhor esse conflito, vamos mergulhar um pouco mais no lado científico da coisa. Quando os olhos dizem uma coisa (não estou me movendo) e o ouvido interno diz outra (sim, estamos em movimento!), o cérebro interpreta isso como um sinal de que algo está errado. 

Uma das teorias mais aceitas pelos cientistas é que esse conflito é interpretado pelo cérebro como um possível sinal de intoxicação, muito comparado ao de picadas de cobras.

A ideia é que, evolutivamente, quando havia uma discrepância tão grande entre o que era visto e o que era sentido, o cérebro podia interpretar isso como uma ingestão de substância tóxica ou venenosa que afetava o equilíbrio. 

A resposta natural? Tentar "eliminar" o veneno — daí a náusea e o vômito.

Quem sofre mais?


Se você é uma das pessoas que sofre com esse problema, saiba que não está sozinho, e há motivos para isso. A cinetose afeta cerca de 30% da população em algum grau, sendo mais comum em mulheres e crianças. 

Pesquisadores acreditam que essa diferença pode ter a ver com variações hormonais e a fase de desenvolvimento dos sistemas sensoriais.

Além disso, a predisposição ao enjoo de movimento pode ser herdada geneticamente. Se seus pais sentem enjoo em viagens de carro, é mais provável que você também tenha essa tendência.

Dá para evitar?

Embora não haja uma solução definitiva, existem algumas estratégias que podem ajudar a reduzir ou até evitar o problema:

Mantenha os olhos no horizonte: Quando você olha para fora e acompanha o movimento do veículo, o cérebro recebe sinais mais coerentes de que você está se movendo.


Faça pausas no celular: Tente usar o celular por curtos períodos de tempo e depois descanse os olhos olhando para a paisagem.


Posição é importante: Se possível, sente-se nos assentos da frente ou próximo de uma janela. O movimento é menos perceptível nesses lugares.

Remédios contra enjoo: Em casos mais graves, remédios como dimenidrinato podem ser usados, mas é sempre indicado conversar com um médico antes de tomar qualquer medicação.

Futuro sem enjoo?




A ciência está sempre avançando, e há pesquisas em andamento para entender melhor o enjoo de movimento. Com a ascensão de tecnologias como a realidade virtual e os carros autônomos, especialistas estão tentando criar soluções para minimizar o conflito sensorial que causa o enjoo.

Por exemplo, uma equipe de cientistas da Universidade de Michigan está desenvolvendo um sistema de óculos que permite ao usuário ver uma linha de referência do horizonte, mesmo ao usar um celular ou dispositivo de realidade virtual. 

A ideia é simples: manter a coerência entre o que os olhos e o ouvido interno percebem, diminuindo assim as chances de sentir enjoo.


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