Já se perguntou em que cenário um determinado produto ou comida ficou naquele precinho mais salgado? Muitos fatores levam a inflação dos preços anualmente, mas hoje, o objetivo é apenas matar a curiosidade de muitos, sem intenção de promover ou criticar alguma imagem.
Dado o recado, fizemos um levantamento nominal dos preços médios de certos produtos e utilidades bastante consumidos pelos brasileiros nos anos 2000, 2010, 2020 e 2025 e apontando em qual governo cada pico percentual ocorreu.
Nada melhor do que começarmos com o pão de cada dia do prato dos brasileiros:
Arroz
O maior salto nominal ocorreu entre 2000 e 2010: +213%, período que ficou majoritariamente sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010).
O segundo maior aumento nominal foi entre 2010 e 2020: +120%, com alta distribuída entre os mandatos de Dilma Rousseff, o governo de transição de Michel Temer e o início do governo Jair Bolsonaro.
O aumento mais recente, de 2020 a 2025, foi +59%, período que abrange o final do governo Bolsonaro e o início do retorno de Lula.
Contexto econômico
O preço do arroz sofreu choques domésticos e externos nas últimas décadas, com episódios de alta acentuada após 2020 e recordes de preços reportados em 2023–2024 em veículos especializados e no setor agropecuário. O IPCA é a referência oficial de inflação usada para contextualizar variações de preços no varejo. O IPCA registrou picos relevantes no início da década de 2020, incluindo 10,06% em 2021, que ajudaram a pressionar preços de alimentos e insumos agrícolas.
Em termos nominais e pelo recorte pedido (2000, 2010, 2020, 2025), o período de maior aumento percentual do preço do pacote de arroz (5 kg) foi 2000→2010, associado ao ciclo que teve como protagonista o governo Lula. As demais altas importantes ocorreram no ciclo 2010→2020 e no choque 2020→2025, cada qual marcado por diferentes fatores macroeconômicos e episódios políticos.
Fontes e links:
- CEPEA — Indicador do arroz (página principal) https://www.cepea.org.br/br/indicador/arroz.aspx .
- Portal do Agronegócio — Preço do arroz atinge menor média em 14 anos (matéria) https://www.portaldoagronegocio.com.br/agricultura/arroz/noticias/preco-do-arroz-atinge-menor-media-em-14-anos-e-preocupa-produtores-aponta-cepea .
- CEPEA (ESALQ/USP) — alternativa/replicação do indicador https://www.economiaflorestal.esalq.usp.br/br/indicador/arroz.aspx .
- CONAB — Preços Agropecuários: série histórica https://portaldeinformacoes.conab.gov.br/precos-agropecuarios-serie-historica.html .
- Globo Rural — Histórico do preço do arroz (reportagem, 2024) https://globorural.globo.com/agricultura/arroz/noticia/2024/01/veja-historico-do-preco-do-arroz-desde-2014-e-saiba-por-que-ele-ficou-tao-caro.ghtml .
- Notícias Agrícolas — Cotações e preços do arroz (portal de cotações) https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/arroz .
- IBGE — IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html .
- Trading Economics — Inflação de alimentos no Brasil (serie 1990–2025) https://pt.tradingeconomics.com/brazil/food-inflation .
- Dados de Mercado — Histórico do IPCA (tabelas e CSV) https://www.dadosdemercado.com.br/indices/ipca .
- Portal Insights — pergunta sobre preço do arroz em 2000 (referência de panfleto/propaganda) https://www.portalinsights.com.br/perguntas-frequentes/quanto-era-o-arroz-em-2000 .
Período | Preço médio 5 kg | Aumento nominal | Governo associado |
|---|---|---|---|
2000 | R$ 3,20 | — | |
2010 | R$ 10,00 | +213% (2000→2010) | Luiz Inácio Lula da Silva |
2020 | R$ 22,00 | +120% (2010→2020) | Dilma Rousseff; Michel Temer; Jair Bolsonaro |
2025 | R$ 35,00 | +59% (2020→2025) | Jair Bolsonaro; Luiz Inácio Lula da Silva |
Frango
O maior salto percentual nominal no recorte pedido ocorreu entre 2010 e 2020: +119%, período que abrangeu os mandatos de Dilma Rousseff, o governo de transição de Michel Temer e o início do governo Jair Bolsonaro.
O segundo maior aumento nominal foi entre 2000 e 2010: +100%, associado ao ciclo que incluiu o final de Fernando Henrique Cardoso e a maior parte do governo Lula.
O aumento mais recente, 2020→2025: +17%, foi mais moderado em termos nominais e envolve o final do governo Bolsonaro e o início do governo Lula.
ContextoPreços do frango são influenciados por custo dos insumos (milho e farelo de soja), câmbio, demanda doméstica e externa, surtos sanitários e choques logísticos; picos e quedas nas últimas duas décadas refletem combinações desses fatores, com forte pressão sobre preços no ciclo 2010–2020 e volatilidade adicional a partir de 2020. As séries de atacado/resfriado usadas para compor as estimativas são as mesmas acompanhadas por CEPEA e portais de cotações que monitoram o mercado avícola brasileiro.
- Foi utilizado séries públicas e levantamentos de mercado (CONAB, CEPEA, portais de cotações e imprensa setorial) para compor estimativas nominais comparáveis nos anos solicitados.
- As comparações são nominais e não corrigidas pelo IPCA; a correção por inflação reduziria as taxas de aumento em termos reais.
- Quando não existe uma série nacional única e homogênea para o varejo em 2000–2025, usei médias de indicadores de atacado e de cotações representativas para criar um recorte consistente.
Fontes e links
- CONAB Preços Agropecuários Série Histórica https://portaldeinformacoes.conab.gov.br/precos-agropecuarios-serie-historica.html
- CEPEA Frango CEPEA-Esalq https://www.cepea.org.br/br/categoria/frango-cepea.aspx
- Notícias Agrícolas Cotações Frango (CEPEA) https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes/frango
- AviSite Evolução de preço do frango abatido https://www.avisite.com.br/evolucao-de-preco-do-frango-abatido-em-uma-decada-em-moeda-brasileira-e-em-dolar/
- Agrolink Cotações de Frango por Estado https://www.agrolink.com.br/cotacoes/historico/sc/frango-1kg
- Globo Rural reportagem sobre histórico de preços do frango https://globorural.globo.com/pecuaria/aves/noticia/2025/10/demanda-aquecida-pavimenta-inicio-da-recuperacao-dos-precos-do-frango.ghtml
- CNN Brasil reportagem sobre receita e preço médio da carne de frango 2025 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/alta-nos-precos-sustenta-receita-da-carne-de-frango-no-1o-semestre/
Ano | Preço médio estimado R$/kg | Aumento nominal desde ano anterior | Governo associado |
|---|---|---|---|
2000 | 1,60 | — | Fernando Henrique Cardoso |
2010 | 3,20 | +100% | Luiz Inácio Lula da Silva |
2020 | 7,00 | +119% | Dilma Rousseff; Michel Temer; Jair Bolsonaro |
2025 | 8,20 | +17% | Jair Bolsonaro; Luiz Inácio Lula da Silva |
Notebooks
Tabela resumida de preços médios estimados
Ano | Preço médio estimado R$ | Variação desde período anterior |
|---|---|---|
2000 | 10.000,00 | — |
2010 | 3.000,00 | -70,00% |
2020 | 2.000,00 | -33,33% |
2025 | 3.200,00 | +60,00% |
O que esses números mostram
- Queda acentuada entre 2000 e 2010: o preço médio nominal estimado do notebook caiu cerca de 70,00% à medida que componentes ficaram mais baratos e a produção se expandiu globalmente. O período foi majoritariamente do governo Luiz Inácio Lula da Silva com transição do final do governo Fernando Henrique Cardoso para Lula no início do recorte.
- Queda entre 2010 e 2020 mais moderada: o preço médio nominal estimado caiu cerca de 33,33% com maior competição e entrada de fabricantes de baixo custo no mercado brasileiro, cobrindo mandatos de Dilma Rousseff e Michel Temer.
- Salto entre 2020 e 2025: o maior pico percentual foi +60,00% nominal entre 2020 e 2025, reflexo de choques de oferta globais, desvalorização cambial, inflação e pressão sobre componentes eletrônicos no pós pandemia. Esse período abrange os anos finais do governo Jair Bolsonaro e o retorno do governo Luiz Inácio Lula da Silva, portanto o pico ocorreu durante o ciclo que atravessou ambos os governos.
Conclusão
Em termos nominais e no recorte, o maior pico percentual de aumento ocorreu no período 2020→2025 com +60,00% nominal. Esse salto aconteceu no ciclo que envolveu os governos Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Fontes e links:
- UOL Tilt Quanto custariam computadores e celulares clássicos hoje em dia https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2024/05/30/quanto-custariam-computadores-e-celulares-classicos-hoje-em-dia.htm
- Statista Laptops Brazil market forecast https://www.statista.com/outlook/cmo/consumer-electronics/computing/laptops/brazil
- TechTudo Notebook bom e barato opções em 2020 https://www.techtudo.com.br/listas/2020/05/notebook-bom-e-barato-veja-opcoes-por-ate-r-1500-no-brasil-em-2020.ghtml
- TechTudo Melhor notebook custo-benefício 2025 https://www.techtudo.com.br/listas/2025/04/melhor-notebook-custo-beneficio-modelos-para-comprar-edinfoeletro.ghtml
- MeuTudo Quanto custa, em média, um notebook bom em 2025 https://meutudo.com.br/blog/quanto-custa-notebook/
Tijolo
Os valores utilizados foram obtidos com base no INCC (FGV/Ipeadata), índice que mede a evolução dos custos da construção civil.
Considerou-se como referência o preço médio de R$ 1.500,00 por milheiro de tijolos em 2025 (valor médio de mercado), ajustando-se os valores históricos conforme a proporção do índice nos anos de 2000, 2010 e 2020.
A variação percentual foi calculada entre os períodos, resultando em:
2000 → 2010: +130,24%
2010 → 2020: +84,02%
2020 → 2025: +49,93%
Entre 2000 e 2025, estima-se uma elevação acumulada de 535,25% no preço do tijolo, acompanhando o comportamento do INCC ao longo das décadas.
O maior pico percentual de aumento ocorreu entre 2000 e 2010, quando a variação chegou a aproximadamente +130,24%, evidenciando o período de maior expansão no custo relativo do material.
Durante esse intervalo (2000–2010), o Brasil teve Fernando Henrique Cardoso (até 2002) e, posteriormente, Luiz Inácio Lula da Silva (2003–2010) como presidentes.
De acordo com os dados analisados, o maior pico de aumento de preço — entre 2000 e 2010 — ocorreu sob a vigência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme o recorte temporal estabelecido e os índices utilizados.
Referências:
- Fundação Getúlio Vargas. Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Disponível em: https://ipeadata.gov.br/
- Banco Central do Brasil. Séries históricas de inflação e indicadores econômicos.
- Dados de mercado obtidos em portais de materiais de construção e comércio eletrônico (2025)
Banana
A banana é uma das frutas mais populares e acessíveis do Brasil, desempenhando papel importante na alimentação e na economia agrícola.
Por ser um produto de grande consumo interno, seu preço é sensível às variações de safra, clima, transporte e à conjuntura econômica.
Dito isso, a banana torna-se um termômetro relevante para medir oscilações no custo de vida e no poder de compra do consumidor brasileiro.
Com base em séries de mercado e variação de inflação de alimentos, o preço médio do quilo da banana no varejo brasileiro pode ser representado da seguinte forma:
| Ano | Preço estimado (R$/kg) | Variação no período |
|---|---|---|
| 2000 | R$ 0,80 | — |
| 2010 | R$ 1,50 | +87,5% |
| 2020 | R$ 2,10 | +40% |
| 2025 | R$ 5,47 | +160,5% (últimos 10 anos) |
Os dados mais recentes, divulgados pela FGV em 2024, apontam que o preço da banana subiu 160,59% na última década, configurando o maior pico inflacionário registrado para o produto desde o início dos anos 2000.
Contexto
O período de maior elevação do preço da banana ocorreu entre 2014 e 2024, abrangendo os governos de Dilma Rousseff (2015–2016), Michel Temer (2016–2018), Jair Bolsonaro (2019–2022) e o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (a partir de 2023).
Dentro desse intervalo, observou-se que a fase de maior valorização — concentrada entre 2020 e 2022 — ocorreu durante o governo de Jair Bolsonaro, conforme apontam as variações anuais acompanhadas por instituições e portais de economia.
A análise revela que a banana teve um crescimento expressivo em seu preço nas últimas duas décadas, com destaque para o período 2014–2024, quando apresentou alta de mais de 160%. O aumento é atribuído a múltiplos fatores — condições climáticas adversas, custos logísticos, inflação de alimentos e variações cambiais.



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